Autoconhecimento

O autoconhecimento é um processo tão importante e essencial em nossa caminhada terrena que Sto. Agostinho (espírito) ao ser interrogado sobre qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal, respondeu sucintamente: “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” Esse o método testado e aprovado não só por Santo Agostinho mas por todos os que se dispuseram a colocá-lo em prática, conforme consta na questão 1.019 de O Livro dos Espíritos: – “Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: – ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.” Ao realizarmos a viagem interior, conheceremos o caráter, a personalidade e os sentimentos que abrigamos dentro da alma e do coração. Sem essa viagem permaneceremos atados aos bloqueios criados por nós mesmos, não reconhecendo nossas falhas, dúvidas, conflitos, neuroses e traumas. Em mensagem psicografada pela médium Shirlene Campos, o dr Bezerra de Menezes adverte-nos sobre a necessidade de viajarmos dentro da própria alma, esclarecendo que dentro do nosso espírito somos senhores absolutos do que pensamos, do que queremos e do que realizamos, daí porque só nós podemos curar as nossas chagas interiores. Um desafio que mais dia menos dia haveremos de enfrentar, o conhecimento de nós mesmos, condição essencial para galgarmos os degraus evolutivos após descobrirmos que não somos tão evoluídos quanto nos achávamos. O caminho das grandes obras e a tarefa da transformação moral da humanidade passam indiscutivelmente pela transformação de cada um de nós. Uma reflexão diária tem um grande efeito em nossas vidas, porque, através deste processo, descobriremos pouco a pouco o que precisa ser corrigido em nós. À medida que nos conhecemos verdadeira e profundamente, tornamo-nos mais e mais indulgentes, pacientes e compreensivos para com o próximo, exatamente aqueles que julgávamos (erroneamente) responsáveis pela nossa infelicidade. Não entraremos no círculo dos que têm a coragem de olhar para dentro de si para realizar o autoexame num passe de mágica. O trabalho é árduo e requer um esforço contínuo. Raros são os que não se decepcionam ao descobrirem que não é nada do que se pensa e do que se deseja.. O conhecimento de si mesmo é o verdadeiro discernimento que foi posto em nossa existência terrena. Não se trata de decorar doutrina, estudar ciência, ser intelectual ou religioso, mas conhecer a si mesmo antes de tudo. Quando a luz do autoconhecimento brilhar em nosso interior, não mais sofreremos com as ilusões do mundo exterior. Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Quando estivermos indecisos sobre o valor de uma de nossas ações, interroguemos a nós mesmos, como a qualificaríamos se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. “Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar”. Seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogaremos mais amiúde a nossa consciência e veremos quantas vezes falimos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos atos”. (L.E. Q-1019)
Francisco de Assis Alencar - Cel. PM R