Cidadania e Justiça

quinta-feira, 23 de abril de 2009

VIOLÊNCIA

17/04/2009

“A violência é um pedaço do cotidiano na vida terrestre”, ela está em toda parte, inclusive no combate à violência. Aumenta o crime, cresce a repressão. Auxílio que vem do Alto, trazendo consolo, esperança e luz, dá-nos a certeza de que jamais devemos abrir mão da ajuda desses benfeitores amigos. O abençoado lápis de Chico Xavier no livro Presença de Luz, pelo espírito Augusto Cezar Netto, ensina sobre violência através de casos da vida diária. A todos os instantes atos violentos estão sendo perpretrados, por falta da luz do conhecimento das Leis Divinas. O primeiro a ser atingido é o próprio autor da violência, assim como quem acende a luz do bem é o primeiro a ser atingido pela luminosa ação benfazeja. O bondoso benfeitor espiritual conta um caso retirado dos fatos corriqueiros de todos os dias, que viram notícias nos jornais do dia seguinte:“Ele, o esposo, chama-se Pedro Manoel.Ela, a companheira, Maria da Conceição.Ele, o filhinho de quatro janeiros, Lúcio Ismael. Chegou a noite em que Pedro, com fome de riqueza fácil, gritou furioso, para a mulher:— Pois hoje mesmo, vou-me embora. De hoje em diante, tudo aqui vai mudar. Estou cansado de migalhas. Vou e voltarei rico. Tenho o meu revólver para agir. Você terá as joias que nunca viu e nosso filho ganhará o conforto que merece. ... Não sei quando, mas voltarei ao nosso barraco. Notando que o esposo se preparava para sair, a companheira falou, humilde:— O que é isto, Pedro? Você vai para onde?Ele trovejou:— Vou para o mundo. Vou roubar. E nada o deteve. O homem se retirou, abatendo uma placa de madeira, à guisa de porta. Maria da Conceição, no escuro da noite, enlaçou-se ao pequenino e começou a rezar... Quatro meses passados sobre a partida brusca de Pedro e vamos reencontrá-lo nas primeiras horas da madrugada, espionando os fundos de uma casa grande, cercada por extenso e belo jardim. Escondendo-se na folhagem com a esperteza de um gato e pisando muito de leve, conseguiu abrir a porta que oferecia acesso ao quintal estreito e, de revólver na mão, ensaiou os primeiros passos nas sombras que o luar prateava. Penetrando no ambiente que pressupunha enriquecido de valores imensos, eis que a senhora encarregada de zelar pela casa, percebeu-lhe a presença e, agarrando-se ao filhinho, passou a pedir por socorro, em voz alta. O assaltante, irritado, varou a porta semi-cerrada do aposento e desfechou dois tiros sobre a mulher que lhe frustrara os planos, fugindo em seguida. Somente pelos jornais do dia seguinte, Pedro Manoel veio a saber que exterminara a vida da esposa e do filhinho, para os quais, diariamente, se lhe voltava o coração. Correu à procura dos parentes, tentando obter notícias, cientificando-se, por fim, de que Maria da Conceição, pressionada por grandes necessidades, resolvera empregar-se nas funções de doméstica, na casa digna em que trabalhara quando solteira. Desesperado, o infeliz desequilibrou-se e, com a arma da véspera, entregou-se ao suicídio.” O círculo da violência só será quebrado quando aprendermos com o Mestre dos Mestres a oferecermos a outra face, a da não-violência. Assim como se procura tratar o físico, tratemos igualmente da moral do homem desde tenra idade. Todo esforço e cuidados com o corpo, dietas para emagrecer, engordar, controlar o colesterol, todas tem um caminho certo: cuidar do organismo através do controle da alimentação, para uma vida mais saudável. Indispensável também a dieta da alma que nos livra das “toxinas” do nosso interior e do excesso de “gordura” de nossas emoções, para adquirirmos um corpo espiritual leve e luminoso. A “Dieta da Alma”, capaz de eliminar pela raiz todas as formas de violência, baseia-se no corte radical dos vícios morais através da força de vontade contínua e persistente. Precisamos eliminar definitivamente todo o lixo interior que ainda carregamos em formato de “orgulho”, “inveja, “amargura”, “vingança” e “ódio”. Para seguirmos a “Dieta da Alma”, procuremos a ocupação contida na epístola de Paulo aos Filipenses (4:8): “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento.”
Francisco de Assis Alencar é coronel da Reserva da PM/GO

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