A dor desempenha um papel extraordinário em nossas vidas. Desde a nossa chegada através das dores do parto e pela vida inteira, a dor será abençoada companheira. Impossível avançar sem o aguilhão da dor. A mensagem de um Espírito Amigo, inserta em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap IX item 7), afirma que “a dor é uma bênção que Deus envia a seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes; antes, bendizei de Deus onipotente que, pela dor, neste mundo, vos marcou para a glória no céu”.
A paciência diante da dor, a caridade do perdão aos que nos fazem sofrer e colocam à prova nossa paciência são ensinamentos indispensáveis. O modelo a seguir é o Mestre Jesus que mais sofreu do que qualquer um de nós, sem nada ter de que se penitenciar, enquanto nós temos um passado obscuro a ser corrigido e precisamos nos fortalecer para o futuro.
O espírito Adamastor esclarece pela mediunidade de Gilson T. Freire (livro “Icaro Redimido”) que a doença é sempre efeito, nunca causa de nossas dores. Costumamos raciocinar como alguém que corre até a exaustão e depois imputa às dores do cansaço a sua impossibilidade de continuar correndo. A falha é anterior e está no abuso que levou ao esgotamento das forças, evidentemente. Devemos sempre buscar o erro nos excessos de toda natureza que empreendemos na aventura da vida e não em nossas carências, sempre as conseqüências.
Diante dos mínimos sintomas de ansiedade ou de angústias momentâneas, prefere o homem ingerir pílulas que lhe inibam as salutares reações psíquicas de reequílibrio, tornando-se cada vez mais vulnerável aos agentes emocionais que suscitam tais sintomas. Se podem impor momentâneos bloqueios às perturbações do psiquismo, não podem evidentemente curar o espírito, que segue carreando seus distúrbios, exigindo reparos. Por isso, em que pese o nobre esforço do homem encarnado em frenar suas enfermidades com o emprego de dardos químicos, seus males continuarão multiplicando-se até que a necessidade de corrigendas cesse mediante a semeadura de novos equilíbrios para suas recônditas forças orgânicas e psíquicas adulteradas.
O uso abusivo de psicofármacos e demais drogas de abuso, sustentado pela exploração econômica, através da propaganda enganosa, vem contribuindo para enfraquecer a capacidade psíquica do espírito, retardando-lhe os passos do progresso. As drogas medicamentosas devem ser usados no limite do bom senso, apenas como muletas que um doente deve deixar logo que se veja em condições de andar sozinho, para não correr o risco de ter suas pernas atrofiadas pelo seu uso inadequadamente excessivo. Os remédios não podem servir como desestímulo à reconquista do equilíbrio perdido, inibindo no enfermo o empenho na correção das errôneas atitudes que mantém a sua enfermidade, iludindo-se de que alcançará sua cura com o uso do agente externo.
A felicidade é uma conquista à qual se deve fazer jus e incorporada de dentro para fora, jamais ao contrário. Sem a urgente reforma dos atos e sentimentos, não se deve esperar beneficio algum de drogas introduzidas em nosso delicado metabolismo psíquico. Nosso remédio mais urgente é a evangelização das condutas moralmente impróprias, responsáveis pela semeadura de todos os males.
Devemos pois receber a dor como corrigenda e procurar pelas suas sábias lições. Acatar com sabedoria os males inevitáveis que a vida nos impõe em forma de danos, cientes de que nada se perde em definitivo, pois não há na Lei Divina prejuízos que não podem ser reparados. Afastar-se da atitude de vítima e da revolta, cultivar a paciência e a resignação, permitindo-se o esgotamento dos destrutivos impulsos da força mental, são portentosos recursos terapêuticos.
FRANCISCO DE ASSIS ALENCAR – CEL QOPM R
CPF 060260361 72
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