Desde o meu ingresso na Polícia Militar no ano de 1970 até os dias atuais, já no desfrute de uma justa reserva remunerada após mais de trinta anos de serviços prestados, venho acumulando uma dívida de gratidão pelas oportunidades de progresso e aprendizado contínuo que me foram oferecidos ao longo dos anos. Minha gratidão só vem aumentando a cada dia, tanto por acompanhar a trajetória de minha esposa Major Vania e do meu filho 1° Tenente Lusdenes, que com muita honra integram o oficialato da gloriosa, como por verificar a cada dia os imensos progressos que o comando da Corporação, na figura do seu representante maior o nosso digno coronel Edson Costa Araújo, vem alcançando.
No geral a atuação da tropa nas diversas missões que lhe são afetas vem alcançando aprovação da população. A tropa vem sendo rigorosamente empregada em consonância com a sua característica básica que é a ontensividade. Justamente pela experiência acumulada ao longo dos anos tenho observado atualmente a distribuição das viaturas operacionais e o emprego humano no policiamento ostensivo em suas diversas modalidades, motorizado, a pé, montado, aéreo, constatando um impacto positivo.
São inúmeras as ações e decisões que cabem a um Comandante na alçada superior para que consiga melhores resultados. Envolvem desde a mais alta patente, o seu estado maior até o PM que executará as ordens superiores.
A decisão do Comando de mudar o emprego tático da ROTAM a meu ver foi difícil e corajosa. Claro que o Cel Edson municiou-se bem antes de levar a termo as medidas necessárias. Todos os que lidam nessa área sabem perfeitamente que as tropas de choque em todo o país, acumularam muitos erros, atribuindo-se-lhes um papel de super-homens, gerando uma falsa expectativa de exclusividade no enfrentamento aos criminosos, até em detrimento dos demais segmentos operacionais que recebem a mesma formação e o devido treinamento.
Não se pode esperar que a PM unilateralmente responda por todas as falhas do sistema social e judiciário, através da vista grossa dos seus comandantes e omissão dos demais órgãos públicos, que ainda não acertaram as medidas judiciosas, seja no ajustamento das leis à realidade social brasileira, seja na aplicação justa dos recursos destinados ao aparato judicial. Coube ao Cel Edson atuar na esfera de sua competência, administrando os conflitos internamente, o que aliás, deve ter incomodado parte da tropa e contrariado setores da crônica policial. Relembro que uma medida idêntica relativa à atuação noturna da ROTAM que foi tomada anos atrás por comandos anteriores, justamente visando conter os exageros da tropa de choque, medida que redundou positivamente para a administração.
A nossa Corporação está de parabéns com o atual comando. Os reflexos são visíveis. Tudo muito bem articulado. A ROTAM continuará no seu papel, assim como todo o aparato operacional. Sabedoria, critério, ponderação, devem nortear todas as ações. As medidas preventivas tomadas atualmente, com certeza evitarão males piores. A repressão ao crime não pode faltar, mas a nossa consciência também nos diz que os criminosos devem ser tratados com penas alternativas e educativas. Como afirmou o poeta francês Vítor Hugo: “O carrasco elimina o criminoso, mas a miséria mantém o crime”. A segregação é necessária, deverão ser presos, julgados e condenados, assegurando-se-lhes o direito constitucional de freqüentarem escolas, receberem assistência médica, social, psicológica, aprenderem e exercerem uma profissão.
Cabe a Policia Militar exercer o seu papel constitucional, voltado justamente para execução do policiamento ostensivo fardado, manutenção da ordem e segurança pública. Isso ela vem desempenhando da melhor forma.
FRANCISCO DE ASSIS ALENCAR – CEL PM RR
RG 4.644 – CPF: 06026036172
End. Eletrônico: assis.alencar@terra.com.br
Um comentário:
Olá Coronel!
Parabéns pela iniciativa, o primeiro blog de Segurança Pública de Goiás!
Irei ajudar a divulgar!
Abraço!
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